Batman: Cruzado Encapusado
Iniciando essa nova série, eu senti que tinha acordado às 9h, comido um cuscuz com ovo e ligado a TV no SBT. Depois que o Yudi cantou o funk do playstation descobri um desenho novo sobre o Batman que ia comentar na escola à tarde. Batman: Cruzado Encapuzado é uma série de animação que ambienta o nosso querido herói em uma Gotham clássica, nos anos 40 ou 50, um período que, diga-se de passagem, se encaixa muito bem com ele. Um mundo em transição entre a aristocracia e a burguesia, uma faceta do Batman que eu nunca havia parado para considerar antes de conhecer essa versão do Batmólogo, Alexandre Linck.
Quando se imagina essa época, seja pelo aspecto midiático ou ideológico, temos um mundo mais simples, mais preto e branco, e isso casa muito bem com o Cavaleiro das Trevas. E esse clima é entregue em todos os aspectos da obra, o desenho de animação mais simples de cenários pouco detalhados inspirados nos traço do Fleischer Studios, talvez? A dublagem BR também está excelente sendo a cereja do bolo 90tista que esse desenho traz.
Também adorei a disposição dos episódios por vilões, iniciando com os clássicos e apresentando alguns que eu sequer ouvi falar, como o Onomatopeia. Foi legal ver o Bruce ceder a magia no enfrentamento ao Cavaleiro Fantasma após seu ceticismo ser vencido pelo cansaço. Essa versão do Bruce Wayne é muito interessante, ele é divertido, fanfarrão, piadista, criando uma distância objetiva da sua versão de capa.
A justaposição criada com o Duas Caras é muito interessante, encerrando com o episódio onde apresenta essa dúvida sobre o Batman, até onde Bruce consegue esconder a sua versão agressiva? Até onde ele tem controle sobre seu alter-ego? Ao longo da temporada temos estes aspectos clássicos do Batman potencializados e novas interpretações introduzidas, por exemplo a ausência do Batsinal, criando uma tensão muito legal no último episódio quando o Batman pega em uma arma de fogo.
Tenho uma memória afetiva boa com as animações da DC e esta série me levou para este momento novamente. Espero que tenhamos mais obras como essa no futuro.