Notas de uma mente inquieta

Minecraft - o filme

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Quando o jogo do Minecraft foi lançado lá pra 2010, confesso que torci o nariz. Com a ideia de jogos cada vez mais realistas vindos na sequência de Crysis, Minecraft parecia algo bobo demais com aqueles cubinhos retrô e a ideia de criação como um The Sims infantil. Jogo de criancinha.

Passados muitos anos o Arthur começou se aventurar no mundo dos jogos, com uns 4 anos de idade, o Minecraft foi dos primeiros jogos que ele despertou seu interesse. Então, com a ideia de estimulá-lo a explorar o mundo dos jogos, super incentivei a conhecer este "jogo de criancinha". Para ensiná-lo e guiá-lo eu resolvi aprender e jogar em conjunto e me surpreendi com o jogo. Todo o preconceito com a obra se desfez pois encontrei ali um super jogo de estímulo a criatividade. Passado 5 anos, o Arthur ainda se diverte com minecraft até os dias de hoje, e ainda me surpreendo com algumas possibilidades que o jogo permite, como eles terem um servidor para jogar com os amigos onde construíram um mundo próprio, cheio dos bagulhete automatizado de RedStone.

Quando vi o trailer do filme do Minecraft achei uma grande bomba. Esteticamente achei até engraçadinho, o desafio dos cubos foi superado de uma maneira agradável, as animações estão bem executadas e tem todo um trabalho de efeitos visuais bem acabado. Mas confesso que ver o Jack Black, supertrunfo do mundo dos filmes de jogos, no elenco já me fez ficar preocupado. O Jason Momoa caricato também já soou o alarme do ridículo muito forte. E bateu logo aquele sentimento de que usaram todas as piadas no trailer porque o filme não tinha para oferecer mais do que isso. Mas tentei silenciar todos esses pre-conceitos pois assim como o jogo, o filme poderia me surpreender.

Estamos falando de uma obra que já tem quase 20 anos de sucesso e relevância no mercado. Minecraft é o jogo mais vendido da história e disponível em quase todas as plataformas possíveis: celular, playstation, xbox, computador, etc. O que o Mário foi para os millenials, o Minecraft é absurdamente maior para as novas gerações. Então, assim como o filme do Mário eles dedicariam bastante esforço na qualidade do filme do Minecraft, certo? CERRTTO?

Por conta disto, Arthur e eu, queríamos ir no fim de semana da estreia, pra não pegar nenhum spoiler e surfar no hype de tudo que vão falar sobre esse filme. Eu tenho uns descontos por conta da empresa mas para isso tenho que retirar os ingressos na bilheteria, assim como os Maias, então fui com horas de antecedência fazer a troca. Chegando lá o cinema já estava absurdamente lotado, todas as sessões compradas e um exército de crianças e adolescentes em filas. Conversando com o pessoal da bilheteria, eles falaram que o balde promocional já tinha se esgotado para toda a cidade poucas horas depois da estreia. Surreal. Não sei por ser enviezado com um filho e um afilhado crianças que jogam minecraft, eu pensei que o público seria majoritariamente infantil, ledo engano, a grande maioria das pessoas ali presentes eram adolescentes. E faz sentido, já que o jogo foi lançado tendo seu auge quando a maioria dos ali presentes eram crianças.

Sentado na penúltima fileira da sessão, eu pude presenciar todo um evento cultural de seres empolgadíssimos. Batendo palmas para as aparições. Rindo das mais diferentes cenas desconexas puramente fanservice. Ficando até o último segundo para acompanhar 2 cenas pós-créditos. Seria bastante esquisito, e aposto que para muito dos pais ali presentes foi, se eu não tivesse visto isso dezenas de vezes em filmes da Marvel.

Mas agora falando sobre o filme, ele é bem ruimzinho. É tudo aquilo que imaginei ao ver o trailer e piorado pelas cenas no mundo real que são completamente desconexas e de atuações extremamente constrangedoras. Nem como bobagem non-sense funciona.
Tá, isso foi o que eu achei. Os pivetes ali presentes, emocionados e lacrimejando de tanto rir, acharam o filme do século. Juro para vocês que eu escutei a frase "com certeza vai concorrer ao Oscar", até porque essa frase saiu da boca do Arthur 🤣

Eu não consegui cortar a empolgação. Foi uma experiência tão irônica que eu fiquei pensando em como todo aquele frenesi nos filme da Marvel de outrora também não são uma grande experiência coletiva que aos olhos de quem não acompanha parece um grande "filme de criancinha".

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