Notas de uma mente inquieta

Monument Valley 3

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Houve um tempo que eu jogava muito pelo celular. Principalmente joguinhos de passatempo e puzzles, sem a necessidade de um superengajamento, apenas microatividades de relaxamento. E nesse aspecto, o suprassumo dos jogos de quebra cabeça para celular pra mim é o Monument Valley. Não à toa, quando foi lançado em 2014, ganhou todos os prêmios da categoria. Pra quem não conhece, o jogo brinca com as perspectivas e dimensões com ilusões de ótica do tipo Objetos impossíveis.

Comprei os dois primeiros sem pestanejar, valeu cada centavo. Os jogos são curtos, mas a experiência é única. Em geral, não são quebra-cabeças megacomplexos, mas as sacadas das resoluções são de explodir a cabeça.

Fiquei muito feliz quando soube que a Netflix publicou os dois primeiros para os assinantes e, ainda mais, prometeu o desenvolvimento do terceiro capítulo dessa obra de arte.

Baixei-o já no lançamento, e vinha degustando cada capítulo devagarzinho. Confesso que inicialmente fiquei um pouco frustrado, pareceu-me muito "mais do mesmo", como quebra-cabeça estava tudo muito óbvio. Também acho que a narrativa por trás não agrega muito. Meu objetivo era apenas um passatempo despretensioso pra ocupar a mente e não uma história elaborada para acompanhar. Mas, passada essa barreira inicial, que diga-se de passagem deve ocupar um espaço interessante para as pessoas que ingressarem na saga a partir do 3, o jogo brilha novamente. Dessa vez, o foco dos puzzles não está mais apenas no caminho, mas também nos espaços em branco.

No livro Temor do Sábio, é apresentado o termo Cesura que é o termo usado para as pausas em uma poesia/música. Assim como as pausas em uma música, os espaços em branco são parte importantíssima na composição das telas do jogo. Achei a inserção de arabescos a jogabilidade também uma ferramenta muito interessante, infelizmente, foi usada poucas vezes de maneira efetiva. Por isso, o capítulo nove foi o que mais gostei.

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