Notas de uma mente inquieta

Wicked

wicked

Um tempo atrás eu diria que não gosto de filmes musicais. Mas não é isso, ano passado assisti ao Wonka e gostei. Assisti recentemente ao Coringa 2 e falei sobre como se encaixa na narrativa. Quando penso na experiência de assistir animações da Disney, até consigo cantarolar várias músicas. Ou posso citar Tenacious D como um dos filmes mais divertidos que consigo lembrar.

Não sei bem o que me levou a querer assistir Wicked. Acho que ouvi falar que foi a grande primeira obra subvertida, e eu gosto bastante dessa temática. Pega-se uma obra clássica conhecida e reformula a história para trazer uma nova vida à arte. Seja alterando a perspectiva, ou o gênero, ou toda a história.

A premissa inicial é até interessante mas a execução não me pegou nem um pouco e foi muito difícil ativar a suspensão da descrença. As atuações são muito caricatas, o que para uma peça de teatro deve fazer sentido, mas na adaptação cinematográfica ficaram muito esquisitas.

As músicas são bem chatinhas e esquecíveis, eu espero terminar um musical cantarolando algumas melodias e as deste filme eu nem consigo lembrar direito, parecem todas a mesma música.

Existe uma tentativa de tratar de assuntos mais sérios do que um chapéu pontudo em algumas cenas mas é tudo muito mal desenvolvido. Os animais estão sendo perseguidos porque sim e todaaas pessoas passam ter aversão ao diferente instantaneamente.

A narrativa é muito previsível. Todo mundo sabe (ou deveria saber) que o Oz é um vigarista, então o conflito final fica muito evidente. Acontece que a Elphaba foi de 0 a 100 muito rápido. No decorrer do filme, ela está em uma evolução para amadurecer seu controle emocional e controlar seus poderes. Ela encontra seu espaço no meio das outras pessoas que aplaudem seu sucesso e torcem por ela alguns minutos antes. O filme desfaz tudo aquilo que levou horas para construir. E este é mais um ponto, o filme é demasiadamente longo. Ainda mais pensando que essa é só a parte 1 da história.

Não consegui entender todo o hype desse filme além do marketing. Fui esperando assistir histórias como mundo encantado das princesas da Disney mas acabei vendo uma versão High School Musical com CGI. Confesso que não me diverti quase nada com esse filme e dificilmente assistirei a continuação. Para não dizer que não achei nada legal, a cena dela dançando sem música no estilo Wandinha foi interessante. Inclusive, poderia ter sido assim pra tudo, a Elphaba poderia não cantar em momento algum. Gostei do simbolismo criado com ela viver o momento sem se preocupar com as opiniões alheias. Uma pessoa colocada a margem da sociedade desde cedo, logo aprende a enxergar tudo sob uma nova perspectiva, ou como disse Nietzsche:

E aqueles que foram vistos dançando foram julgados como loucos por aqueles que não podiam escutar a música.

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